Por Mohammed Mukhashaf
ÁDEN (Reuters) - Militantes da Al Qaeda no Iêmen mataram dois supostos espiões sauditas nesta quarta-feira, disseram moradores, acusando-os de plantar dispositivos de rastreamento que permitiram o assassinato do líder do grupo durante um aparente ataque de uma aeronave não-tripulada dos Estados Unidos na semana passada.
Os moradores afirmaram que a Al Qaeda acusou os homens de implantarem chips que detalharam a localização de vários comandantes do grupo mortos nos últimos meses, incluindo seu chefe, Nasser al-Wuhayshi, cuja morte, assim como a de dois outros militantes, a facção anunciou na terça-feira.
Imagens publicadas em redes sociais por apoiadores da Al Qaeda mostraram militantes armados em uma praia portando cartazes ao redor de dois homens vendados e ajoelhados na areia.
"Eles executaram dois sauditas, chamados Al-Mutairi e Al-Khaledi. Eles... abriram fogo contra eles diante de um grande grupo de moradores", disse um dos moradores, que estava presente na praia, à Reuters por telefone. Ele pediu para ficar anônimo para sua própria segurança.
Mais tarde os cadáveres dos dois homens foram exibidos amarrados a tábuas de madeira e dependurados em uma ponte abaixo de um cartaz com os dizeres "A casa de Saud (monarquia saudita) direciona aviões norte-americanos para bombardear os guerreiros sagrados".
Ainda nesta quarta-feira, moradores relataram que um suposto drone dos Estados Unidos bombardeou um hotel de Mukalla usado por militantes da Al Qaeda, matando seis pessoas.
Wuhayshi, ex-auxiliar de Osama bin Laden, também atuou como vice-líder da organização global da Al Qaeda, e seu assassinato priva o grupo radical de um líder carismático que comandou uma série de ataques ambiciosos.
(Reportagem adicional de Mohammed Ghobari)