NOVA YORK (Reuters) - O Brasil vai buscar a defesa da paz e a solução pacífica das controvérsias em seu mandato de membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para o qual foi eleito nesta sexta-feira pela Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, disse o Ministério das Relações Exteriores em nota.
"No Conselho de Segurança, o Brasil buscará traduzir em contribuições tangíveis a defesa da paz e da solução pacífica das controvérsias, dentre outros princípios inscritos na Constituição Federal de 1988 e na Carta das Nações Unidas. O país pretende, ainda, fortalecer as missões de paz da ONU e defender os mandatos que corroborem a interdependência entre segurança e desenvolvimento", disse o Itamaraty, em comunicado.
"O Brasil estará em posição privilegiada para atestar seu compromisso com a reforma do CSNU, para resguardar a legitimidade da atuação das Nações Unidas diante dos múltiplos e complexos desafios enfrentados pela comunidade internacional."
O Brasil foi eleito, juntamente com Albânia, Gabão, Gana e Emirados Árabes Unidos, para um mandato de dois anos que começa em 1º de janeiro de 2022. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, essa será a 11ª vez que o país integrará o mais importante órgão responsável pela segurança coletiva internacional.
"O resultado reflete o reconhecimento da histórica contribuição brasileira para a paz e a segurança internacionais", disse o Itamaraty.
PARTICIPAÇÃO
Todos os cinco países concorreram sem adversários a uma vaga no organismo de 15 membros, encarregado de manter a paz e a segurança internacionais. Eles substituirão Estônia, Níger, São Vicente e Granadinas, Tunísia e Vietnã.
As vagas são distribuídas a grupos regionais para garantir a representação geográfica, mas mesmo que os candidatos não tenham rivais em seus grupos, ainda precisam obter o apoio de mais de dois terços da Assembleia-Geral.
Gana recebeu 185 votos, o Gabão 183 votos, os Emirados 179 votos, a Albânia 175 votos e o Brasil 181 votos.
O Conselho de Segurança é o único órgão da ONU que pode tomar decisões legalmente vinculantes, como impor sanções e autorizar o uso da força. Ele tem cinco membros permanentes com poder de veto --Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia.
(Por Michelle Nichols. Reportagem adicional de Ricardo Brito, em Brasília)