BRASÍLIA (Reuters) - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pediu nesta segunda-feira ajuda ao governo federal para execução de oito obras de médio e longo prazo para melhorar o sistema de abastecimento de água no Estado, estimadas em 3,5 bilhões de reais.
O pedido do governador foi feito à presidente Dilma Rousseff em reunião no Palácio do Planalto, da qual também participou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Os projetos para o Estado, no entanto, não tinham detalhamentos, segundo a ministra.
"O governador apresentou um ofício que tem para cada uma das obras três linhas (de explicações)", disse a ministra a jornalistas.
"Por isso, que nós desdobramos nesse grupo de trabalho na segunda-feira o atual estágio (dos projetos)", acrescentou, referindo-se à realização de uma nova reunião entre técnicos, secretários e ministros do governo federal na próxima semana para esclarecer detalhes.
Questionada sobre qual a disponibilidade financeira do governo federal para financiar os projetos, a ministra afirmou que isso não foi discutido na reunião. Miriam acrescentou, no entanto, que se ficar comprovada a importância dos investimentos para melhorar o abastecimento da região metropolitana de São Paulo poderá haver ajuda da União a todos eles.
O governador afirmou que espera que o governo federal possa ajudar "com o máximo" que puder, mas também não calculou o quanto precisa de ajuda para levar adiante essas obras que ele classificou como "estruturantes".
Os oito projetos apresentados pelo governador, segundo os cálculos do Estado, podem ampliar a capacidade do sistema em 12,7 metros cúbicos por segundo, num prazo inicialmente estimado em até 30 meses.
O Estado de São Paulo enfrenta em 2014 a pior crise hídrica dos últimos 80 anos. Temperaturas mais altas que a média do início do ano aliadas a chuvas fracas não recuperaram as represas para o atual período do inverno, quando a pluviosidade normalmente é significativamente menor.
Alckmin, que foi reeleito no primeiro turno, não optou até agora pelo rodízio de água na região metropolitana de São Paulo, porém várias cidades do interior paulista, como Bauru e Mauá, estão decretando racionamento de água.
O governador voltou a dizer nesta segunda que não há risco de desabastecimento em São Paulo e garantiu que não faltará água para a população com as medidas tomadas até agora.
Miriam afirmou ainda que na próxima semana deve ser assinado um contrato de financiamento federal com o governo de São Paulo para a construção de uma adutora para o sistema produtor de São Lourenço, que abastece o reservatório da Cantareira.
"Deve ser assinado na próxima semana um financiamento de 1,8 bilhão de reais para o sistema produtor São Lourenço, que vai trazer 4,8 metros cúbicos por segundo para o Cantareira. É obra de médio prazo importante", disse a ministra.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)