Por Sarah Marsh e Kirsti Knolle
BERLIM (Reuters) - O Ministério do Interior da Alemanha demitiu o chefe de segurança cibernética do país nesta terça-feira e iniciou uma investigação sobre sua conduta após alegações da mídia de que ele pode ter entrado em contato com círculos de segurança russos por meio de uma consultoria que ele é cofundador.
Arne Schoenbohm ficou sob escrutínio nas últimas semanas depois que um programa de TV de sátira destacou seus laços com uma consultoria de segurança cibernética que contava como membro uma subsidiária alemã de uma empresa russa fundada por um ex-funcionário da KGB.
Schoenbohm fundou o Conselho de Segurança Cibernética da Alemanha para aconselhar empresas e autoridades em questões de segurança cibernética em 2012 antes de, em 2016, ser nomeado chefe da BSI, a agência federal de segurança da informação, pelo então ministro do Interior Thomas de Maiziere, um conservador.
Um porta-voz do Ministério do Interior, agora dirigido pelos social-democratas, disse que Schoenbohm foi demitido porque as alegações "prejudicaram permanentemente a necessária confiança pública na neutralidade e imparcialidade de sua conduta em seu cargo como presidente da autoridade de segurança cibernética mais importante da Alemanha".
Schoenbohm afirmou que na segunda-feira pediu ao ministério que iniciasse uma investigação.
"Ainda não está claro para mim o que o ministério verificou e quais são as acusações concretas contra mim", declarou.
Ele disse à Reuters que não era mais ativo no conselho e só fez o discurso principal em seu 10º aniversário em setembro como uma exceção depois de receber luz verde do Ministério do Interior.
(Reportagem de Kirsti Knolle, Alexander Ratz, Sarah Marsh)