Por Andrea Shalal
BERLIM (Reuters) - A Alemanha está esperando que a Rússia tente influenciar a eleição nacional de 24 de setembro, mas não há indícios de qual partido Moscou irá tentar apoiar, disseram autoridades nesta terça-feira.
O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, disse em uma coletiva de imprensa que dados roubados da câmara baixa do Parlamento alemão em 2015 em um ataque cibernético podem vir à tona nas próximas semanas.
Hans-Georg Maassen, diretor da agência de inteligência interna alemã, disse que, embora não se saiba o que a Rússia pode fazer, suspeita que o presidente russo, Vladimir Putin, preferiria um chanceler diferente de Angela Merkel.
É provável que a Rússia tenha tentado influenciar a eleição norte-americana, e tudo aponta para o envolvimento de Moscou em tentativas de influenciar a eleição na França, afirmou De Maizière.
"Como resultado, não se pode excluir --e estamos nos preparando internamente-- que haja um esforço semelhante para influenciar a eleição na Alemanha", disse.
A Rússia tem negado tentar interferir em eleições estrangeiras.
Merkel, que apoia sanções contínuas contra a Rússia devido a suas ações em relação à Ucrânia, busca um quarto mandato.
Fontes disseram à Reuters que uma de cerca de uma dúzia de contas violadas na invasão cibernética de 2015 no Parlamento é a conta parlamentar de Merkel, mas que sua conta de trabalho principal não foi afetada.
Os comentários desta terça-feira surgiram dias antes de Putin chegar à Alemanha para a cúpula de líderes do G20 e vêm na esteira de ataques cibernéticos dirigidos ao Parlamento alemão, a parlamentares individuais, a partidos políticos e centros de estudo ligados a partidos desde o verão europeu de 2015 – todos ligados ao grupo hacker russo APT 28, que tem laços com Moscou.
A Rússia nega ter se envolvido de qualquer maneira nos ataques cibernéticos.