Por Miranda Murray e Kirsti Knolle
BERLIM (Reuters) - A Alemanha procurava por respostas nesta segunda-feira sobre possíveis falhas de segurança após um homem dirigir seu carro contra um mercado de Natal, matando pelo menos cinco pessoas e lançando um novo foco sobre segurança e imigração antes de uma eleição antecipada.
O possível motivo do suspeito detido, um psiquiatra de 50 anos da Arábia Saudita com histórico de retórica anti-islâmica e simpatia pelo partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), permanece desconhecido.
Com a nação em luto e cidadãos deixando flores e acendendo velas em Magdeburg, onde o incidente ocorreu na última sexta-feira, surgiram perguntas sobre se mais poderia ter sido feito e se as autoridades poderiam ter agido de acordo com avisos.
A ministra federal do Interior, Nancy Faeser, cobrou a adoção de leis de segurança interna mais rígidas, incluindo uma nova lei para fortalecer as forças policiais e a introdução de vigilância biométrica.
"Está claro que devemos fazer tudo para proteger o povo da Alemanha de atos de violência tão horríveis. Para isso, nossas autoridades de segurança precisam de todos os poderes necessários e de mais pessoal", disse Faeser à revista Spiegel.
O vice-chefe de um comitê de segurança no Bundestag (Parlamento) anunciou que convocaria uma sessão especial para perguntar por que não houve ações após avisos anteriores sobre o perigo representado por Taleb A., que vive na Alemanha desde 2006.
O ataque ocorreu dois meses antes de uma eleição antecipada em fevereiro, na qual o partido anti-imigração AfD está em segundo lugar nas pesquisas e é particularmente forte no leste da Alemanha, onde fica Magdeburg.
(Reportagem de Miranda Murray, Pesha Magid, Kirsti Knolle, Andrey Sychev e Matthias Williams)