BERLIM (Reuters) - Uma pintura de 1913 do expressionista Ernst Ludwig Kirchner que foi apreendida pelos nazistas por ser "arte degenerada" irá continuar em um museu da cidade de Ludwigshafen, já que o governo da Alemanha e outros pagaram 1,2 milhão de euros à herdeira do proprietário original da obra.
"O Julgamento de Páris", que mostra três mulheres nuas e um homem vestido posando no estúdio de Kirchner, foi tomado do colecionador de arte judeu Hans Hess durante a era nazista, mas está em exposição no Museu Wilhelm-Hack de Ludwigshafen desde 1979.
A herdeira de Hess concordou em permitir que a pintura continue exposta no museu depois que vários doadores, incluindo os governos federal e estadual alemães e a Fundação Ernst von Siemens, arrecadaram dinheiro para compensá-la, informou o governo alemão nesta sexta-feira.
O acordo respeitou a chamada Declaração de Washington de 1998, que trata da restituição de obras de arte confiscadas pelos nazistas antes e durante a Segunda Guerra Mundial.
A secretária de Cultura alemã, Monika Gruetters, descreveu a aquisição como "um grande exemplo de um museu público à altura de suas responsabilidades por lidar com arte saqueada pelos nazistas".
Gruetters disse que o acordo foi possibilitado pela generosidade da herdeira do proprietário original da pintura e da ajuda extraordinária de doadores públicos e particulares.
Décadas depois da Segunda Guerra, museus alemães continuam a lidar com reivindicações de pessoas cujas obras de arte foram roubadas pelo regime nazista, embora hoje alguns museus estejam enfrentado ações civis por terem se recusado a devolver pinturas.
(Por Andrea Shalal) OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20170331T175230+0000