BERLIM (Reuters) - A Alemanha está considerando receber milhares de refugiados do acampamento Moria, na ilha grega de Lesbos, como um gesto unilateral e espera que o local possa ser reconstruído e administrado pela União Europeia, informou o jornal Bild nesta segunda-feira.
Berlim tem enfrentado cada vez mais pedidos de políticos regionais e locais que disseram que aceitariam pessoas do acampamento, que pegou fogo na semana passada, se o governo federal permitir.
As autoridades, lideradas pelo ministro do Interior, Horst Seehofer, estão relutantes em agir unilateralmente, dizendo que um acordo europeu é necessário para dispersar os mais de 12 mil ex-moradores do acampamento por toda a União Europeia.
Citando fontes do governo e da UE, o jornal Bild informou que a chanceler conservadora Angela Merkel agora está inclinada a receber mais refugiados, antes de uma reunião com seus parceiros de coalizão social-democrata que deve ocorrer nesta segunda-feira.
Merkel, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pretendem construir um novo campo de refugiados em Lesbos que seria administrado pela UE, informou o Bild. Atualmente, a Grécia está à frente do acampamento.
Não houve nenhum comentário imediato do governo.
O jornal alegou que o governo provavelmente concordaria em receber ao menos centenas de crianças do acampamento junto com seus pais, com a possibilidade de milhares também.
Anteriormente, o ministro das Finanças social-democrata, Olaf Scholz, disse em entrevista coletiva que a Alemanha deve estar pronta para desempenhar um papel no acolhimento de refugiados, embora isso possa ser apenas o primeiro passo para encontrar uma maneira ampla de abrigar os refugiados que chegam às fronteiras da Europa.
"Não pode continuar como está agora, onde cada vez decidimos caso a caso", disse ele.
O Bild afirmou que Merkel espera que os parceiros da coalizão cheguem a um acordo na quarta-feira sobre quantos refugiados a Alemanha receberá.
(Por Thomas Escritt)