BERLIM (Reuters) - A agência de inteligência doméstica da Alemanha (BfV) definiu nesta quinta-feira o Movimento Identitário como grupo de extrema-direita, um sinal de crescente temor de autoridades em relação a radicais com opiniões racistas e anti-islâmicas.
O assassinato de um político regional proeminente no mês passado, atribuído a um neonazista, chocou os alemães e levou o ministro do Interior a alertar que o extremismo de direita é uma ameaça ao sistema democrático alemão.
O Movimento Identitário não foi ligado diretamente à morte, mas a agência disse que o grupo discrimina não-europeus e muçulmanos, e que como isso é incompatível com a Constituição.
A classificação oficial facilita para a agência monitorar as atividades e membros do grupo – dos quais afirma haver 600 na Alemanha. O movimento, que tem raízes francesas, está sendo acompanhado há cerca de três anos.
A BfV, segundo a qual a Alemanha abriga 24.100 radicais de extrema-direita, dos quais 12.700 são potencialmente perigosos, disse que é importante não somente observar radicais violentos, mas também aqueles que usam palavras para fomentar o racismo.
"Estes incendiários verbais questionam a igualdade e a dignidade das pessoas, falam em infiltração estrangeira, alardeiam sua própria identidade para denegrir outros e atiçam sentimentos hostis contra supostos inimigos", disse o presidente da BfV, Thomas Haldenwang.
O Movimento Identitário qualificou a decisão da BfV de desproporcional e resultante de motivações políticas ligadas à histeria anti-direita.
"A agência de inteligência não está alertando para um perigo real, mas construindo uma aparição extremista e se fazendo de fantoche do establishment de esquerda", disse o grupo.
(Por Sabine Siebold)