Por Gustavo Palencia
TEGUCIGALPA (Reuters) - O ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández chegou algemado para sua primeira audiência de extradição nesta quarta-feira, quando foi recebido por dezenas de simpatizantes barulhentos e críticos que atacaram o que chamaram de sua narcoditadura.
Hernández governou o país da América Central por oito anos até o mês passado e agora enfrenta um pedido de extradição dos Estados Unidos emitido na terça-feira que busca forçá-lo a enfrentar acusações de tráfico de drogas nos tribunais dos EUA.
"Você não está sozinho! Há um grande partido político que o apoia", disse um apoiador do Partido Nacional, de direita, ao qual pertence Hernández, à emissora local TSI.
Uma briga ocorreu entre apoiadores e críticos em frente ao Ministério da Justiça onde aconteceu a audiência de Hernández, incluindo empurra-empurra e arremesso de pedras, mas a polícia rapidamente os separou.
Hernández, de 53 anos, foi preso pela polícia na terça-feira, em um espetáculo transmitido ao vivo pela televisão local, depois que o ex-presidente e ex-aliado de Washington prometeu cooperação.
Um documento da embaixada dos EUA visto pela Reuters mostrou que Hernández fazia parte de uma operação para transportar grandes quantidades de cocaína da Colômbia e da Venezuela via Honduras para os Estados Unidos. O documento informa ainda que ele recebeu milhões de dólares em propinas em troca de fornecer proteção aos traficantes. Hernández nega irregularidades.