BERLIM (Reuters) - Um destacado dirigente do partido conservador da chanceler Angela Merkel falou abertamente pela primeira vez, nesta terça-feira, sobre a possível cisão de sua coalizão com o Partido Social Democrata (SPD), devido a uma disputa sobre as atividades da agência de espionagem alemã no exterior, a BND.
Críticos acusam funcionários do governo de Merkel de permitirem que a BND ajudasse a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) a espionar empresas e funcionários europeus. A questão abalou a popularidade de Merkel e provoca tensão nas relações em sua coligação direita-esquerda, já que o líder do SPD, Sigmar Gabriel vem questionando o papel dela no caso.
Michael Fuchs, vice-líder da bancada parlamentar dos conservadores, levantou a possibilidade de novas eleições, em declaração ao jornal Hannoversche Allgemeine Zeitung.
"O que aconteceria se Angela Merkel for para eleições antecipadas por meio de um voto de confiança no Parlamento?", disse Fuchs, apontando para as pesquisas que mostram que seu partido pode emergir das urnas com outras opções de coalizão.
Embora haja poucos indícios de que a cautelosa Merkel daria um passo tão drástico, os comentários mostram as tensões na coalizão, que também está em desacordo sobre várias políticas, como as negociações comerciais EUA-UE e o uso da energia renovável.
Gabriel disse que a discussão poderá intensificar-se caso persista a suspeita de que o BND ajudou a NSA a espionar empresas alemãs. A privacidade é uma questão delicada na Alemanha em razão da vigilância da polícia secreta Stasi, da Alemanha Oriental (comunista) e também da Gestapo na era nazista.
(Reportagem de Madeline Chambers)