(Reuters) - Aliados dos Estados Unidos demonstraram nesta sexta-feira seu apoio ao ataque norte-americano com mísseis na Síria, classificando-os como uma reação proporcional ao suposto uso de armas químicas por parte do governo sírio.
Os ataques foram considerados ilegais por Damasco e por seus aliados Rússia e Irã. O presidente iraniano, Hassan Rouhani, pediu ao mundo para "rejeitar tais políticas, que trazem somente destruição e perigo para a região e o Globo".
O Iraque criticou as "intervenções apressadas", um aparente comentário sobre a ação norte-americana.
Mas uma vasta gama de aliados dos EUA da Ásia, Europa e Oriente Médio expressaram seu consentimento, ainda que cauteloso, em termos semelhantes.
"O governo do Reino Unido apoia plenamente a ação dos EUA, que acreditamos ter sido uma resposta proporcional ao ataque bárbaro com armas químicas lançado pelo regime sírio e que pretende inibir novos ataques", disse um porta-voz do governo britânico.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse aos repórteres: "Muitas pessoas inocentes se tornaram vítimas dos ataques químicos. O Japão apoia a determinação do governo dos EUA para evitar a disseminação e o uso de armas químicas".
A Turquia viu a intervenção militar positivamente, e a comunidade internacional deveria manter sua postura contra a "barbaridade" do governo da Síria, disse o vice-primeiro-ministro turco, Numan Kurtulmus.
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault, ponderou que Rússia e Irã precisam entender que apoiar o presidente da Síria, Bashar al-Assad, não faz sentido e que a escalada do papel militar norte-americano na Síria é um "alerta" para um "regime criminoso".
O presidente francês, François Hollande, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, emitiram comunicados afirmando que Assad é o único responsável pelos ataques aéreos.
O governo da Holanda disse: "Os EUA deram um sinal claro de que o uso de gás venenoso ultrapassa um limite", e classificou os bombardeios como uma reação "proporcional".
O premiê da Austrália, Malcolm Turnbull, opinou que os ataques enviaram "uma mensagem de importância vital" de que o mundo não irá tolerar o uso de armas químicas.
A Arábia Saudita e o Catar, que apoiam os rebeldes contra Assad, disseram que endossam os disparos dos EUA e que responsabilizam unicamente o governo sírio por eles.
Outros países do Golfo Pérsico, como Emirados Árabes Unidos, Barein e Kuweit, também expressaram assentimento ao uso dos mísseis.
Mas algumas nações manifestaram reservas com a decisão norte-americana de lançar ataques sem autorização do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
A Indonésia, que tem a maior população muçulmana do mundo, criticou o emprego de armamento químico na Síria.
"Ao mesmo tempo, a Indonésia está preocupada com ações unilaterais de quaisquer partes, incluindo o uso de mísseis Tomahawk, em resposta à tragédia do ataque com armas químicas na Síria", disse o porta-voz da chancelaria, Armanatha Nasir, em uma mensagem de texto.
(Reportagem adicional de Kanupriya Kapoor, em Jacarta; Parisa Hafezi, em Ancara; Guy Faulconbridge, em Londres; Andrew Osborn e Jack Stubbs, em Moscou; Colin Packham, em Sydney; Tulay Karadeniz, em Istambul)