Por Daphne Psaledakis
NOVA YORK (Reuters) - A advogada e defensora dos direitos humanos Amal Clooney e líderes mundiais cobraram, nesta quinta-feira, mais atenção à guerra no Sudão e na responsabilização de pessoas pelo conflito que já matou milhares e desalojou milhões de civis.
Citando o destaque global dado ao conflito na Ucrânia, Clooney afirmou que “as pessoas não são menos merecedoras em outros lugares”, em discurso durante evento em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
O evento teve como anfitriões Estados Unidos, Canadá, Gâmbia, Noruega e Reino Unido, e teve o objetivo de alertar sobre o conflito no Sudão e garantir que justiça seja feita.
A guerra entre o Exército e as Forças Rápidas de Suporte (RSF, na sigla em inglês), um grupo paramilitar, começaram em meados de abril, quando surgiram disputas ligadas a um plano de transição política apoiado pela comunidade internacional, quatro anos depois de o líder Omar al-Bashir ter sido derrubado por um levante popular.
Ataques realizados pelas RSF e milícias aliadas e motivados por conflitos étnicos já mataram centenas de pessoas em Darfur Ocidental, informou neste mês a maior autoridade de direitos humanos da ONU.
No começo dos anos 2000, 300 mil pessoas foram mortas em Darfur quando as milícias "Janjaweed" — a partir da qual as RSF foram formadas — ajudaram o Exército a suprimir uma revolta de grupos não árabes. Líderes do Sudão são procurados pelo Tribunal Penal Internacional por genocídio e crimes contra a humanidade.
“Se não nos revoltarmos contra o que estamos vendo, onde está nossa humanidade?”, perguntou o procurador do tribunal, Karim Khan, durante o evento desta quinta-feira.
(Reportagem de Daphne Psaledakis)