Por Kate Kelland
LONDRES (Reuters) - O pesticida glifosato, que a empresa Monsanto usa como componente de seu produto Roundup e que é amplamente usado na agricultura e na jardinagem, provavelmente não causa câncer em seres humanos, de acordo com uma nova análise de segurança de especialistas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês).
Em um comunicado que deve intensificar uma disputa a respeito de seu provável impacto na saúde, especialistas da FAO e da Organização Mundial da Saúde (OMS) disseram que o glifosato "provavelmente não representa um risco carcinogênico a humanos" expostos a ele através da ingestão de alimentos – o pesticida é usado principalmente em plantações.
Depois de analisar os indícios científicos, o comitê conjunto FAO/OMS também afirmou ser improvável que o glifosato seja genotóxico para humanos. Em outras palavras, é improvável que ele tenha um efeito destrutivo no material genético das células.
O diazinon e o malation, dois outros pesticidas analisados pelo comitê, que se reuniu na semana passada e publicou suas conclusões nesta segunda-feira, também mostraram pouca probabilidade de ser carcinogênicos.
"Em vista da ausência de potencial carcinogênico em roedores em doses relevantes para seres humanos e da ausência de genotoxicidade pela via oral em mamíferos, e levando em conta a evidência epidemiológica de exposições no ambiente de trabalho, o comitê concluiu que o glifosato provavelmente não representa um risco carcinogênico a humanos pela exposição através da dieta", afirmou o painel.
Também é "improvável que (o glifosato) seja genotóxico em exposições antecipadas através da dieta", acrescentou.
O grupo reafirmou como aceitável uma ingestão diária de até 1 miligrama de glifosato para cada quilo de peso corporal.