Por Jonathan Landay
WASHINGTON (Reuters) - Um relatório do Departamento de Estado dos EUA criticou nesta sexta-feira a condução da saída do Afeganistão em 2021, afirmando que as decisões do presidente Joe Biden e de seu antecessor, Donald Trump, de retirar as tropas teve “consequências sérias para a viabilidade” e segurança do ex-governo apoiado pelos EUA.
As conclusões do relatório também refletiram negativamente sobre o secretário de Estado, Antony Blinken, sem nomeá-lo diretamente. Elas incluem a falha do departamento de expandir a força-tarefa de administração de crise, enquanto o Taliban avançava sobre Cabul em agosto de 2021, e a ausência de um diplomata sênior para “supervisionar todos os elementos da resposta à crise”.
“Nomear um diretor do sétimo andar... teria melhorado a coordenação em diferentes frentes da operação”, afirma o relatório, referindo-se ao andar mais alto do Departamento de Estado, onde Blinken e outros diplomatas seniores têm gabinetes.
A análise e um estudo similar do Pentágono contribuíram para um relatório publicado pela Casa Branca em abril. Mas as conclusões críticas da análise do Departamento de Estado não estavam refletidas no relatório da Casa Branca.
A Casa Branca não respondeu ao pedido por comentário em um primeiro momento.
“Há apenas uma pessoa responsável pela desastrosa retirada do Afeganistão - Joe Biden”, disse Steven Cheung, um porta-voz de Trump, por e-mail.
O relatório da Casa Branca efetivamente culpou uma falta de planejamento e redução de tropas por Trump --após um acordo em 2020 com o Taliban para retirar as forças norte-americanas-- pela saída caótica dos Estados Unidos e a operação de retirada.
(Reportagem de Jonathan Landay)