Por Trevor Hunnicutt e James Oliphant
MONTGOMERY, EUA - Joe Biden conseguiu na Carolina do Sul a vitória de que desesperadamente precisava.
A vitória decisiva do ex-vice-presidente no sábado, sua primeira dentro da campanha para nomeação pelo Partido Democrata às eleições de 3 de novembro, permite que ele se coloque com mais credibilidade como a principal alternativa ao candidato Bernie Sanders.
Mas Biden enfrenta obstáculos significativos. Ele tem apenas dois dias para capitalizar a vitória antes da Super Terça, quando 14 Estados realizarão concursos e mais de um terço dos delegados democratas serão distribuídos.
Sua campanha financeiramente restrita não conseguiu fazer forte propaganda em Estados ricos em delegados, como Califórnia, Texas, Carolina do Norte e Virgínia, que votam na terça-feira. Tampouco foi capaz de competir com as "operações de solo" --mais relacionadas às organizações políticas-- estabelecidas por Sanders e pelo ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg.
Em vez disso, Biden contará com uma enxurrada de atenção da nova mídia --juntamente com o alto reconhecimento de nome como o número dois de Barack Obama, o primeiro presidente negro dos EUA-- para apoiar sua candidatura à indicação do partido para desafiar o presidente republicano Donald Trump.
Com seu novo impulso, Biden espera aumentar seu número de delegados dos Estados do sul na votação de terça-feira para combater Sanders, cujo exército de base e extenso alcance às comunidades hispânicas poderiam lhe dar impulso no Texas e na Califórnia.
Seis dos Estados que votaram na terça-feira estão no sul, que, como a Carolina do Sul, têm uma população mais diversa do que os Estados onde Biden se saiu mal. Os dados da pesquisa mostraram que ele obteve o apoio de 61% dos eleitores negros da Carolina do Sul, superando em muito os 17% de Sanders.
Biden também vai finalmente enfrentar Bloomberg, que pulou os primeiros Estados e gastou mais de 500 milhões de dólares em publicidade numa tentativa de se tornar o modelo de moderado dos democratas.
Biden e um grupo externo que o apoia gastaram 16,5 milhões de dólares, de acordo com o Wesleyan Media Project.