BEIRUTE (Reuters) - Um porta-voz da milícia islâmica síria Jabhat Fateh al-Sham, antes chamada de Frente Nusra, criticou nesta sexta-feira o cessar-fogo sírio apoiado pela Rússia e pela Turquia, dizendo que a solução política sob tal acordo “reproduziria o regime criminoso”.
O grupo, que mudou de nome e anunciou em julho que estava cortando laços com a al Qaeda, condenou o acordo por não fazer menção ao destino do presidente Bashar al-Assad.
"A solução é derrubar o regime criminoso militarmente”, disse o porta-voz do grupo em comunicado.
O conflito opõe Assad, ajudado pelo poder aéreo russo e por milícias xiitas apoiadas pelos iranianos, contra um conjunto de grupos rebeldes na maioria sunitas, incluindo alguns apoiados pela Turquia, os Estados Unidos e as monarquias do Golfo.
Confrontos, bombardeios e ataques aéreas no oeste da Síria nesta sexta-feira mancharam o primeiro dia do cessar-fogo, que tem como objetivo terminar com quase seis anos de guerra e conduzir a negociações de paz.
O Exército sírio afirmou na quinta-feira que o acordo de cessar-fogo não cobria o grupo radical Estado Islâmico, combatentes da antiga Frente Nusra ou qualquer facção ligada aos dois. No entanto, vários representantes rebeldes disseram que o acordo incluiu sim a Jabhat Fateh al-Sham.
(Reportagem de Ellen Francis)