SAN SALVADOR (Reuters) - O arcebispo salvadorenho Oscar Romero foi beatificado neste sábado, no último passo antes da canonização, 35 anos depois de ser morto a tiros no altar por um grupo extremista de direita por denunciar a opressão dos pobres pela ditadura militar do país.
Católicos Romanos de todo o mundo misturaram-se a antigos rebeldes marxista da brutal guerra civil de El Salvador na multidão de mais de 250 mil pessoas que reuniu-se na capital para celebrar o sacerdote que confrontou o governo apoiado pelos Estados Unidos.
O cardeal Angelo Amato, enviado pelo papa Francisco, comandou a cerimônia, após décadas de debates sobre se Romero havia rejeitado a doutrina da igreja ao apoiar rebeldes radicais de esquerda.
A camisa ensanguentada que ele usava quando foi morto desfilou entre a multidão. Muitos disseram esperar que a beatificação de Romero possa inspirar a paz em El Salvador, um país assolado por disputas entre gangues desde que a guerra terminou em 1992.
"Eu costumava segurar a mão dele e abraçá-lo todos os domingos depois da missa", disse Virginia Sanchez, de 87 anos, que foi membro da congregação de Romero. "Agora estamos felizes, porque ele vai orar por nós e por esta violência que estamos vivendo."
O caminho de Romero para a santidade foi paralisado durante os papados de João Paulo 2º e Bento 16, mas o papa Francisco reiniciou o processo em 2013 e declarou-o mártir este ano.
(Por Nelson Renteria)