Por Daphne Psaledakis
BRUXELAS (Reuters) - Apenas metade da população mundial considera seu país democrático, segundo uma pesquisa publicada nesta terça-feira, e muitos europeus ocidentais veem os bancos e as mídias sociais como uma ameaça à democracia.
A pesquisa com mais de 150 mil pessoas de 57 países realizada pela empresa de pesquisa alemã Dalia Research em colaboração com a Alliance of Democracies Foundation mostrou que, mesmo nas democracias, 38% das pessoas estão insatisfeitas com o estado das coisas.
"Neste momento, o maior risco para as democracias é que o público não as considera mais democráticas", disse Nico Jaspers, diretor executivo da Dalia Research, em comunicado.
As pessoas pesquisadas nos Estados Unidos, que terá eleição presidencial em 2020, ficaram divididas quanto a se seu país é democrático: 46% disseram que sim e 40% disseram que não é democrático o suficiente.
Mais da metade dos norte-americanos entrevistados disse que os EUA tiveram um impacto positivo na democracia em todo o mundo, embora a maioria dos países ocidentais, como o Canadá e a maior parte da Europa, tenha sentido que o impacto foi negativo.
Na Europa, 52% acham que a UE não age no interesse da maioria dos europeus, com as maiores críticas vindas da Itália, França e Grécia.
A pesquisa foi divulgada alguns dias antes de os 28 líderes da UE decidirem os principais cargos do bloco em um processo criticado por alguns por não ser democrático o suficiente.
Na Itália, onde partidos eurocéticos venceram as eleições do ano passado e agora estão no governo, 69% acham que as decisões da UE não representam os interesses da população.
A maioria dos europeus acha que os bancos e o setor financeiro tiveram um impacto negativo sobre a democracia em seus países, sendo a Grécia a mais crítica, segundo a pesquisa, uma década depois de uma crise da dívida que levou muitos gregos à pobreza.
Globalmente, 52% não sentem que seus países estejam preparados para outra crise financeira.
Mais de 40% das pessoas entrevistadas nos Estados Unidos, Canadá e Áustria, entre outros países, sentem que as mídias sociais como Facebook e Twitter tiveram um impacto negativo na democracia.
(Reportagem de Daphne Psaledakis)