WASHINGTON (Reuters) - O governo dos Estados Unidos buscou nesta sexta-feira conter a repercussão negativa do vazamento de uma mensagem interna crítica à política sobre a Síria, mas não deu sinais de que estivesse disposto a considerar ataques militares contra as forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, medida defendida na carta assinada por dezenas de diplomatas norte-americanos.
Várias autoridades afirmaram que, ao mesmo tempo que a Casa Branca estava pronta para ouvir a opinião discordante dos diplomatas, não era esperada nenhuma mudança na abordagem do presidente Barack Obama sobre a Síria nos seus últimos sete meses de governo.
Uma importante autoridade afirmou que o teste sobre se essas propostas por ação mais agressiva recebem uma atenção de alto nível é se elas “se alinham com a nossa visão de que não há solução militar para o conflito na Síria”.
O documento, enviado por intermédio do “canal de discordância” do Departamento de Estado, um canal para opiniões contrárias que devem ser confidenciais, mostram divisões e frustrações de longa data entre os assessores de Obama sobre a sua resposta à guerra civil de cinco anos na Síria.
A política de Obama na Síria tem como base evitar envolvimentos militares mais profundos no caótico Oriente Médio e tem sido amplamente criticada como hesitante e com aversão ao risco. A limitada intervenção de Obama tem como foco o combate ao Estado Islâmico, que controla pedaços da Síria e do Iraque e inspira ataques em território norte-americano.
Um esboço da mensagem, assinada por 51 pessoas do Departamento de Estado, defende “ataques militares direcionados” contra o regime de Assad, ao que Obama se opõe, para frear as violações persistentes de um cessar-fogo com rebeldes apoiados pelos EUA, que é amplamente ignorado pela Síria e os seus aliados russos.
(Por Arshad Mohammed e Matt Spetalnick)