Por Trevor Hunnicutt e Doina Chiacu
WILMINGTON, Delaware/WASHINGTON (Reuters) - Os norte-americanos depositavam nesta terça-feira os votos após uma corrida presidencial agressiva entre o presidente, Donald Trump, e seu desafiante, Joe Biden, ao final de quatro anos tumultuados sob o comando do empresário transformado em político, que deixou os Estados Unidos mais profundamente divididos do que em qualquer momento da história recente.
Os eleitores fizeram fila em zonas eleitorais de todo o país em meio à pandemia de coronavírus, que transtornou o cotidiano. Biden, ex-vice-presidente democrata que já está na vida pública há meio século, vem mantendo uma liderança forte e constante em pesquisas de opinião nacionais.
Mas o republicano Trump está próximo o suficiente em vários Estados-chave para amealhar os 270 votos estaduais do Colégio Eleitoral de que precisa para vencer a eleição.
Trump tenta evitar se tornar o primeiro presidente a perder uma reeleição desde George H.W. Bush em 1992. É possível que dias se passem até o resultado ser conhecido, especialmente se contestações legais centradas nos votos pelo correio forem aceitas no caso de uma disputa acirrada.
Entre os eleitores, havia uma sensação de inquietação e receio com possíveis tumultos após uma campanha de retórica inflamada. Edifícios foram cobertos com tábuas por precaução contra possíveis protestos, inclusive em Washington e na cidade de Nova York. Uma nova cerca foi erguida ao redor da Casa Branca.
As urnas abriram em alguns Estados do leste às 6h. Os resultados acompanhados mais atentamente começarão a surgir depois das 19h (21h no horário de Brasília), quando as zonas eleitorais fecham em Estados como a Geórgia.
Biden fez mais um evento na manhã desta terça-feira no Estado crucial da Pensilvânia. Usando um megafone para se dirigir a apoiadores de Scranton, sua cidade-natal, Biden retomou alguns temas de campanha familiares, prometendo unir os norte-americanos e "devolver uma decência e uma honra básicas à Casa Branca".
Ao aparecer na rede Fox News na manhã desta terça-feira, Trump disse que as multidões que viu na segunda-feira, o último dia frenético da campanha, lhe deram a confiança de que vencerá.
"Temos multidões que ninguém nunca viu antes", disse ele, que foi criticado pelos democratas por realizar comícios ignorando as recomendações de distanciamento social durante a pandemia.
Os eleitores também decidirão qual partido político controla o Congresso dos EUA nos próximos dois anos. Os democratas tentam reconquistar uma maioria no Senado, e devem manter o comando da Câmara dos Deputados.
Trump busca mais quatro anos no cargo após um primeiro mandato caótico, marcado pela crise do coronavírus, uma economia abalada pelas interdições da pandemia, uma tentativa de impeachment, inquéritos sobre uma suposta interferência russa na eleição, tensões raciais e política imigratórias polêmicas.
(Por Trevor Hunnicutt em Scranton, Pensilvânia, e Doina Chiacu em Washington; reportagem adicional de Steve Holland e Susan Heavey em Washington; Michael Martina em Detroit; Nathan Layne em McConnellsburg, Pensilvânia)