Por Michel Rose
PARIS/ROMA (Reuters) - Sete italianos em fuga há décadas desde sua condenação na Itália por acusações de terrorismo ligadas a grupos militantes de extrema esquerda foram presos na França, disseram autoridades em Paris e Roma nesta quarta-feira.
A Itália há muito busca a extradição de dezenas de militantes de extrema esquerda, que receberam refúgio na França sob a condição de renunciar à violência após os chamados Anos de Chumbo, que deixaram centenas de mortos entre o final dos anos 1960 e 1980.
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, que assumiu o cargo em fevereiro e estabeleceu uma relação próxima de trabalho com o presidente francês, Emmanuel Macron, saudou a ação francesa.
"A memória desses atos bárbaros está viva na consciência italiana", disse seu gabinete em comunicado.
Entre os capturados estava Giorgio Pietrostefani, co-fundador do grupo Lotta Continua (Luta Contínua), que foi condenado a 22 anos de prisão por seu envolvimento no assassinato do comissário da polícia de Milão, Luigi Calabresi, em 1972.
Os outros seis eram membros das Brigadas Vermelhas, incluindo Marina Petrella, Roberta Cappelli e Sergio Tornaghi, que foram condenados à prisão perpétua por participarem de vários assassinatos e sequestros, informou a polícia.
Uma busca por três outros italianos está em andamento, disse o escritório de Macron, acrescentando que Roma havia apresentado originalmente 200 nomes de pessoas procuradas.
O maior avanço da Itália em seus esforços para levar militantes fugitivos à justiça aconteceu há dois anos, quando o Brasil extraditou Cesare Battisti, que foi condenado em 1990 por quatro assassinatos.
Battisti originalmente morou na França, mas fugiu primeiro para o México e depois para o Brasil quando as atitudes em Paris começaram a mudar.