Por Roberta Rampton e Hyonhee Shin
PANMUNJOM / SEUL (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se tornou o primeiro presidente norte-americano a por os pés na Coreia do Norte neste domingo ao encontrar o líder do país, Kim Jong Un, na Zona Desmilitarizada (DMZ) entre as duas Coreias e concordou em retomar as negociações nucleares antes paralisadas.
A reunião, iniciada por um tweet inesperado de Trump que Kim disse tê-lo pego de surpresa, mais uma vez mostrou o bom relacionamento que há entre os dois. Mas eles não estão mais próximos de diminuir a distância entre suas posições desde que realizaram uma cúpula em fevereiro no Vietnã.
Os dois apertaram as mãos calorosamente e expressaram suas esperanças de paz quando nesta que é a terceira vez que se encontram em pouco mais de um ano na antiga fronteira da Guerra Fria que durante décadas simbolizou a hostilidade entre os países, tecnicamente ainda em guerra.
Trump, escoltado por Kim, atravessou brevemente uma linha de demarcação militar para o lado norte da Área de Segurança Conjunta (JSA), patrulhada por soldados das duas Coréias.
Momentos depois, eles voltaram para o lado sul e se uniram ao presidente da Coreia do Sul, Moon Moon Jae-in, para uma breve conversa, marcando uma reunião sem precedentes entre os três países.
Depois, Trump e Kim realizaram uma reunião a portas fechadas por quase uma hora.
"Acabamos de ter uma reunião muito boa", disse Trump após as negociações. "Vamos ver o que pode acontecer."
Ele disse que ambos os lados montariam equipes para retomar as negociações paralisadas com o objetivo de fazer a Coreia do Norte desistir de suas armas nucleares, acrescentando que "rapidez não interessa (agora)".
O Papa Francisco, fazendo seu discurso semanal na Praça de São Pedro, elogiou a reunião. "Saúdo os protagonistas, com a oração de que um gesto tão significativo seja mais um passo no caminho para a paz, não só naquela península, mas para o bem do mundo inteiro", disse ele.
Trump e Kim se encontraram pela primeira vez em Cingapura em junho do ano passado e concordaram em melhorar as relações e trabalhar para a desnuclearização da península coreana.
Mas a segunda cúpula em Hanói foi interrompida depois que os dois lados não conseguiram chegar a um acordo entre uma exigência dos EUA para que a Coreia do Norte desistisse de suas armas nucleares e uma demanda norte-coreana por alívio nas sanções.