MOSCOU (Reuters) - A Rússia está pronta para estreitar os laços com os Estados Unidos, mas cabe a Washington dar o primeiro passo, disse o Kremlin nesta segunda-feira, após a conclusão de uma investigação norte-americana sobre um suposto envolvimento entre Donald Trump e Moscou na eleição presidencial de 2016.
O procurador-geral dos EUA, William Barr, disse, em um resumo divulgado no domingo, que o procurador especial Robert Mueller não encontrou evidências de conluio em sua investigação, mas não determinou se houve obstrução da justiça por parte de Trump fragilizando as investigações que acompanham seu governo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, minimizou o relatório em uma conferência por telefone e disse que a Rússia nunca interferiu, nem planejou interferir, nos assuntos internos e nas eleições dos EUA ou de outros países.
"É difícil encontrar uma agulha no palheiro, especialmente quando não há agulha", disse Peskov a repórteres.
As agências de inteligência dos EUA disseram pouco antes de Trump assumir a Presidência em 2017 que Moscou estava envolvida na eleição presidencial sob alegações de hackear e-mails e propagandas online destinadas a instaurar discórdia nos Estados Unidos.
Comentando sobre a possibilidade de estreitar os laços com os EUA após a conclusão do relatório de Mueller, Peskov afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, declarou repetidamente que está aberto a reforçar as relações.
"Nesse caso, a bola da vez está definitivamente no campo deles. Foi dada a Trump em Helsinque", disse Peskov em referência a uma cúpula entre Trump e Putin na capital finlandesa em julho de 2018.