CINGAPURA (Reuters) - Autoridades de Cingapura parabenizaram nesta segunda-feira o cartunista que conquistou o equivalente ao Oscar da indústria internacional de história em quadrinhos, apesar de ter retirado a bolsa do artista dois anos atrás por ele retratar a história do país de maneira diferente da versão ensinada nas escolas.
Sonny Liew ganhou três Eisners, incluindo o de melhor escritor/artista, na premiação anual durante a ComicCon de San Diego na sexta-feira, por seu romance gráfico "The Art of Charlie Chan Hock Chye".
"O Conselho Nacional das Artes (NAC) parabeniza Sonny Liew por ser o primeiro cingapuriano a conquistar três prêmios Eisner", disse uma porta-voz da mesma entidade que retirou uma bolsa de 5.900 dólares pelo livro em 2015.
Na época, uma autoridade observou que o livro de Liew "potencialmente mina a autoridade e legitimidade do governo e de suas instituições públicas".
Em 2015, Liew temeu que "Charlie Chan Hock Chye" fracassaria sem o financiamento do NAC.
Apesar das ponderações oficiais, o livro nunca foi banido, e conquistou bastante espaço na mídia.
"Charlie Chan Hock Chye" mostra, através dos olhos de um cartunista, a luta de Cingapura pela independência do controle colonial britânico e a subsequente separação da Malásia em 1965.
(Reportagem de Simon Cameron-Moore) OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20170724T130102+0000