DUBAI (Reuters) - A Arábia Saudita prendeu ao menos oito pessoas, a maioria intelectuais e escritores, disseram duas fontes, em meio a uma onda de repressão à liberdade de expressão que já dura dois anos no reino.
Os detidos foram levados de suas casas na capital Riad e na cidade portuária de Jedá, no Mar Vermelho, na semana passada, por policiais à paisana, mas a razão não está clara, disse uma das fontes. Entre as duas fontes está o grupo de direitos humanos saudita ALQST, sediado em Londres.
O escritório de comunicações do governo saudita não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
O governo saudita nega ter prisioneiros políticos, mas autoridades de alto escalão dizem que monitorar ativistas, e possivelmente detê-los é necessário para manter a estabilidade social.
Os detidos não estão na linha de frente dos ativistas, disseram as fontes. Alguns são intelectuais que publicaram artigos ou apareceram na televisão, e outros são empreendedores.
A Arábia Saudita, que assume a presidência do G20, está com dificuldade para superar as críticas internacionais intensas ao seu histórico de direitos humanos, o que inclui o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no ano passado, a prisão de ativistas dos direitos das mulheres e a guerra devastadora no Iêmen.
Apesar de o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, enaltecer a abertura econômica e social no país tradicionalmente isolado, as autoridades prenderam críticos, um esforço que se acelerou em setembro de 2017 com as prisões de clérigos islâmicos proeminentes, alguns dos quais agora podem ser condenados à pena de morte.
(Redação Golfo Pérsico)