BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina vai usar seu papel de primeiro país sul-americano a comandar o G20, que reúne as principais economias do mundo, para combater o protecionismo, uma vez que a região exportadora de produtos agrícolas busca assegurar acesso de mercado para seus bens, disseram autoridades nesta quinta-feira.
Tanto a Argentina quanto Brasil, também do G20, transicionaram para governos amigáveis ao mercado nos últimos anos. O presidente Mauricio Macri assumiu a Presidência da Argentina como uma chance de marcar a ascensão do país como um "lugar importante" no mundo e para impulsionar o perfil da América Latina.
"Nós vamos colocar no centro do G20 as aspirações e preocupações da região em desenvolvimento, que é entusiasmada por novas oportunidades", disse Macri durante um evento na capital Buenos Aires ao inaugurar formalmente a presidência da Argentina no G20.
A defesa veemente da globalização ocorre no momento em que a Presidência de Donald Trump nos Estados Unidos e a iminente saída do Reino Unido da União Europeia levantam questões sobre o comprometimento de grandes economias ao livre comércio.
Medidas protecionistas em países mais desenvolvidos poderiam ameaçar o sucesso de agendas pró-comércio em países sul-americanos cujas economias dependem de exportações agrícolas.
O bloco comercial Mercosul, que engloba Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, está enfrentando resistência de produtores europeus, uma vez que busca impulsionar as exportações de carne bovina como parte de um acordo com a UE que espera selar até o fim do ano.
Mais cedo neste ano, os Estados Unidos impuseram tarifas sobre importações de biodiesel da Argentina, um de seus maiores produtos agrícolas de exportação.
"O G20 é um lugar ideal para continuar reafirmando os benefícios de laços comerciais melhores, especialmente para países como Argentina que querem exportar seus produtos agrícolas", disse o ministro do Tesouro, Nicolas Dujovne, durante coletiva de imprensa após o discurso de Macri.
(Por Luc Cohen)