Por Cassandra Garrison e Walter Bianchi
BUENOS AIRES (Reuters) - Em uma derrota para o líder de oposição venezuelano Juan Guaidó, o governo argentino disse nesta terça-feira que não o reconhece como presidente interino do país, e que revogou as credenciais de seu representante em Buenos Aires.
O novo governo de centro-esquerda de Alberto Fernández enviou uma carta a Elisa Trotta Gamus, que representava Guaidó na Argentina, para notificá-la de que sua "missão especial" na Argentina havia terminado.
Em abril, credenciais diplomáticas foram entregues a Trotta pelo então Ministério das Relações Exteriores do ex-presidente Maurício Macri, de direita. A Argentina, que já tem uma missão diplomática do governo do presidente Nicolás Maduro, havia reconhecido Guaidó como presidente interino da Venezuela no ano passado.
"Ela estava sob o formato de missão especial que o governo anterior havia concedido, não como embaixadora formal da Venezuela. Não reconhecemos Guaidó como presidente, mas como líder da oposição, e baseado nisso, consideramos que não há missão especial de representação", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Argentina.
Em nota à Reuters, Trotta disse que esperava que a Argentina viesse a denunciar violações de direitos humanos na Venezuela.
"Nós respeitamos a soberania das decisões da Argentina. Estamos abertos a todo os tipos de conversas e diálogos que possam surgir com o governo argentino com o objetivo de contribuir com a recuperação da democracia na Venezuela", diz a nota.