Por Michael Holden
LONDRES (Reuters) - O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, está doente demais nesta quinta-feira para participar de uma audiência de extradição por videoconferência em uma prisão britânica solicitada pelos Estados Unidos, disse seu advogado.
Os EUA estão pedindo a extradição de Assange, de 47 anos, que foi retirado da embaixada equatoriana em Londres no dia 11 de abril. Ele enfrenta um total de 18 acusações criminais nos EUA e décadas na prisão se for condenado.
"Na verdade ele está longe de bem", disse o advogado de Assange, Gareth Peirce, à Reuters.
A juíza Emma Arbuthnot acrescentou no Tribunal de Magistrados de Westminster: "Ele não está muito bem".
O WikiLeaks disse ter grande preocupação com a saúde de Assange e que ele foi transferido para uma enfermaria da prisão de alta segurança londrina de Belmarsh.
"Durante as sete semanas em Belmarsh, sua saúde continuou a se deteriorar e ele perdeu peso dramaticamente", acrescentou o site em um comunicado. "A decisão das autoridades prisionais de transferi-lo para a enfermaria fala por si só".
A próxima audiência sobre o pedido de extradição está marcada para 12 de junho.
Assange, que passou quase sete anos abrigado em salas apertadas da embaixada do Equador em Londres, disse várias vezes que teme ser extraditado aos EUA.
Seus admiradores o veem como um herói por expor o que descrevem como abuso de poder de Estados modernos e por defender a liberdade de expressão.
Seus detratores o retratam como uma figura perigosa que é cúmplice de esforços russos para minar o Ocidente e a segurança norte-americana e refutam que ele é um jornalista.
No início deste mês, ele foi condenado a 50 semanas de prisão por um tribunal britânico por violar a condicional depois de fugir para a embaixada equatoriana.
Washington acusou Assange de espionagem, dizendo que ele publicou ilegalmente os nomes de fontes confidenciais e conspirou com e auxiliou a ex-analista de inteligência do Exército Chelsea Manning a obter acesso a informações confidenciais.
O WikiLeaks revoltou Washington ao publicar centenas de milhares de cabos diplomáticos secretos dos EUA que expuseram avaliações críticas de líderes mundiais, como o presidente russo, Vladimir Putin, e membros da família real saudita.