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Por Olivia Le Poidevin
GENEBRA (Reuters) - O Sudão registrou um aumento significativo de assassinatos de civis durante o primeiro semestre deste ano devido à crescente violência étnica, disse o escritório de direitos humanos da ONU na sexta-feira.
O conflito no Sudão, que eclodiu em abril de 2023 entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF) e a força paramilitar rival, as Forças de Apoio Rápido (RSF), registrou níveis horrendos de violência dirigida a civis e criou a pior crise humanitária do mundo.
Pelo menos 3.384 civis foram mortos entre janeiro e junho, principalmente em Darfur, de acordo com um novo relatório do Escritório do Alto Comissariado de Direitos Humanos.
O número é equivalente a quase 80% das mortes de civis no Sudão registradas no ano passado.
"Todos os dias estamos recebendo mais relatos de horrores no terreno", disse a representante do ACNUDH no Sudão Li Fung a repórteres em Genebra.
A maioria das mortes resultou de bombardeios de artilharia, bem como ataques aéreos e de drones em áreas densamente povoadas, disse o ACNUDH, observando que muitas mortes ocorreram durante a ofensiva da RSF na cidade de El Fasher, bem como nos campos ZamZam e Abu Shouk para pessoas deslocadas em abril.
Pelo menos 990 civis foram mortos em execuções sumárias na primeira metade do ano, segundo o relatório, sendo que o número triplicou entre fevereiro e abril.
Isso foi impulsionado por um aumento principalmente em Cartum, depois que as SAF e os combatentes aliados recapturaram a cidade no final de março, anteriormente controlada pela RSF, disse o ACNUDH.
"Uma testemunha que observou as operações de busca da SAF em bairros civis no leste do Nilo, em Cartum, entre março e abril, disse que viu crianças de 14 ou 15 anos de idade, acusadas de serem membros da RSF, serem sumariamente mortas", declarou porta-voz do ACNUDH Jeremy Laurence.