Por John Irish e Matthias Blamont
PARIS (Reuters) - Um dos principais assessores da candidata presidencial de extrema-direita francesa Marine Le Pen questionou nesta quinta-feira um relatório de inteligência da França que acusa a liderança da Síria de realizar um ataque com gás venenoso, uma posição diretamente oposta à de seu rival de centro Emmanuel Macron.
Um relatório antes confidencial publicado na quarta-feira mostrou que a inteligência francesa concluiu que forças apoiadas por Damasco lançaram um ataque com gás sarin no norte da Síria no dia 4 de abril.
O relatório também insinuou que o presidente sírio, Bashar al-Assad, ou membros de seu círculo íntimo, ordenou o ataque à cidade de Khan Sheikhoun, onde dezenas de pessoas morreram.
"Acho que a comunidade internacional pode duvidar disso enquanto não houver um inquérito internacional sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU)", disse Florian Philippot, vice-líder da Frente Nacional de
Le Pen, à rádio France Inter.
"Não tenho como dizer se é verdade ou não, mas ela (comunidade internacional) pode duvidar porque tivemos precedentes", afirmou, referindo-se aos falsos relatos de inteligência que levaram os Estados Unidos a invadirem o Iraque de Saddam Hussein em 2003.
O ataque químico levou o presidente dos EUA, Donald Trump, a ordenar um ataque com mísseis de cruzeiro contra uma base aérea síria.
Assad nega que seu governo já tenha usado armas químicas e também disse que a Síria só permitiria uma investigação "imparcial" sobre o incidente com gás venenoso. A Rússia, aliada de Assad, vetou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em 13 de abril que pediu a condenação do ataque químico e pressão para que Damasco coopere com os investigadores.