Por Jack Queen
MIAMI (Reuters) - Um assessor do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump compareceu ao tribunal federal de Miami nesta segunda-feira para enfrentar acusações de tentar ajudar o ex-presidente a esconder documentos secretos levados após a saída do cargo.
Carlos de Oliveira, gerente da propriedade de Trump em Mar-a-Lago em Palm Beach, Flórida, não se declarou culpado ou inocente porque ainda não teve acesso a um advogado local.
O magistrado dos EUA juiz Edwin Torres agendou a acusação para 10 de agosto e ordenou que Oliveira não falasse com outros réus sobre o caso. Ele foi liberado sob fiança de 100.000 dólares.
O advogado de Oliveira, John Irving, considerou "infeliz" a acusação do Departamento de Justiça a seu cliente e disse a jornalistas após a audiência que era hora de os promotores mostrarem ações concretas.
O assessor do ex-presidente é acusado de tentar apagar imagens de câmeras de segurança e de mentir para investigadores. Ele é acusado de obstrução da justiça e outras três denúncias.
A promotoria acusou Trump e seu assessor Walt Nauta no caso em junho, alegando que o ex-presidente armazenou aleatoriamente centenas de documentos confidenciais em sua casa em Mar-a-Lago e recrutou funcionários para escondê-los dos investigadores.
Uma acusação substituta revelada na quinta-feira somou as denúncias contra Trump e Nauta à contra Oliveira, em um sinal de ampliação do caso na esteira de acusações iminentes em uma investigação separada sobre os esforços de Trump para reverter sua derrota nas eleições de 2020.
Investigadores fizeram uma operação no resort de Trump em agosto de 2022 e encontraram mais de 300 documentos secretos de um acervo de cerca de 11.000 documentos do governo.
De acordo com a acusação de quinta-feira, Oliveira, de 56 anos, disse em junho do ano passado a outro funcionário do resort onde Trump mora que "o chefe" queria que os vídeos de segurança da propriedade na Flórida fossem excluídos após uma intimação do Departamento de Justiça dos EUA.
Oliveira e Nauta também moveram caixas de documentos confidenciais em Mar-a-Lago para escondê-los do FBI e dos advogados de Trump, disse a acusação.
A promotoria afirma que Oliveira mentiu para o FBI durante um depoimento voluntário, em que alegou falsamente que não tinha envolvimento na movimentação de caixas.
"Nunca vi nada", disse Oliveira aos agentes, de acordo com a acusação.
Os promotores alegam que Trump tomou posse dos documentos ilegalmente quando deixou o cargo em janeiro de 2021 e os armazenou em locais inseguros, incluindo um salão de baile, banheiro e chuveiro. Ele também mostrou os papéis -- que incluíam informações ultrassecretas sobre o programa nuclear dos EUA e vulnerabilidades militares -- a pessoas que não estavam autorizadas a vê-los, de acordo com a acusação inicial.