Por David Morgan
WASHINGTON, 31 jul (Reuters) - Uma testemunha afirmou, em uma comissão parlamentar de inquérito liderada pelos republicanos no Congresso norte-americano, que Hunter, filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pretendeu criar uma “ilusão de acesso” ao seu pai durante negócios que fechou na Ucrânia, sem que o atual mandatário tenha participado efetivamente de quaisquer acordos. O relato foi feito por um parlamentar do Partido Democrata. Devon Archer, ex-assessor de Hunter, foi entrevistado a portas fechadas por um comitê liderado pelo Partido Republicano. A esperança dos oposicionistas era a de criar supostas provas sobre a atuação direta de Biden nos negócios do filho no país europeu. Mas o parlamentar democrata Dan Goldman, que participou da audiência, disse que Archer não entregou evidências de envolvimento do presidente. “Ele tinha que passar a ilusão de que ele possuía acesso a seu pai, e tentou ganhar pontos por coisas com as quais, de acordo com o testemunho do Sr. Archer, o Hunter não tinha nada a ver”, afirmou Goldman. Republicanos dizem que o presidente, na época vice de Barack Obama, teve um papel consciente nos negócios de Hunter. A Casa Branca nega. O parlamentar republicano Andy Biggs, que apresentou um pedido de impeachment de Biden, afirmou que o testemunho de Archer implicou o presidente. “Archer falou sobre ‘o cara’ e como Hunter Biden sempre disse: ‘temos que falar com meu cara’”, afirmou. “Creio que devemos abrir um processo de impeachment.” A empresa em questão, chamada Burisma, teve um papel central no impeachment sofrido em 2019 por Donald Trump na Câmara dos Deputados. A acusação foi a de que ele pressionou a Ucrânia a investigar a família Biden para conseguir a reeleição. Apesar de ter perdido na Câmara, Trump foi absolvido pelo Senado e continuou no poder. Trump, líder da corrida pelo posto de candidato republicano à Presidência em 2024, pediu neste sábado, em comício na Pensilvânia, que os republicanos impeçam o envio de ajuda militar à Ucrânia até que o Departamento de Justiça, o FBI e a IRS (equivalente à Receita Federal no Brasil) “entreguem todas as evidências que possuem sobre os negócios corruptos da família Biden do crime”. (Reportagem de David Morgan)