BERLIM (Reuters) - A Alemanha necessita urgentemente de um lockdown de duas semanas, vacinações mais rápidas e exames obrigatórios nas escolas para interromper uma terceira onda da pandemia de coronavírus, disse a associação de medicina intensiva e de emergência Divi nesta quinta-feira, segundo uma citação.
Christian Karagiannidis, chefe científico da Divi, disse que cerca de mil pacientes adicionais foram parar em unidades de tratamento intensivo desde meados de março. Na quarta-feira, 3.680 pessoas estavam em UTIs do país, mostram dados da Divi.
"Se esta taxa se mantiver, chegaremos ao limite da capacidade normal em menos de quatro semanas", disse ele ao diário Rheinische Post. "Não estamos exagerando. Nossos alertas são motivados por dados."
A chanceler, Angela Merkel, enfrenta críticas crescentes por não ter delineado um plano para reverter as infecções de coronavírus em alta na Alemanha e por culpar premiês estaduais omissos por uma administração cada vez mais caótica da crise.
O número de casos confirmados de coronavírus aumentou em 24.300 e chegou a 2,833 milhões nesta quinta-feira, a maior elevação desde 14 de janeiro. A quantidade de mortes relatada subiu 201 e chegou a 76.543.
O número de casos para cada 100 mil habitantes dos últimos sete dias, que o governo usa como métrica principal para decidir medidas de lockdown, aumentou dos 132 de quarta-feira para 134 – na semana passada era de 113.
O ministro da Saúde da Baviera, Klaus Holetschek, disse à televisão ARD que estudará adotar exames obrigatórios para professores e alunos, observando que a disposição de fazer exames voluntariamente não se mostrou tão alta quanto se esperava.
Também na quarta-feira, premiês de dois Estados do sul alemão duramente atingidos pela pandemia de coronavírus exortaram líderes do resto do país a readotarem medidas duras de lockdown para tentar conter a terceira onda de infecções.
(Por Emma Thomasson)