LONDRES (Reuters) - A Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf, na sigla em inglês) impediu a divulgação de um levantamento de 2011 que revela que até um terço dos principais competidores do mundo admitiam usar técnicas proibidas para melhorar o desempenho, relataram o jornal britânico Sunday Times e a TV alemã ADR/WDR.
Os autores do estudo, que envolveu entrevistas com 1.800 atletas durante o campeonato mundial de 2011 na Coreia do Sul, foram levados a assinar um acordo de confidencialidade um mês depois de as informações terem sido coletadas e analisadas, disse o jornal.
As revelações são os mais recentes de uma série de reveses para o esporte, a dias do início do campeonato mundial de Pequim em 22 de agosto.
Investigações anteriores pela ARD e pelo Sunday Times levaram a alegações de que mais de 800 atletas checados entre 2001 e 2012 tiveram resultados suspeitos que não foram investigados pela Iaaf.
Desde então, a Iaaf iniciou ações disciplinares contra 28 atletas, depois de reavaliar amostras dos campeonatos mundiais de 2005 e 2007 com uma nova tecnologia, que encontra substâncias que antes não podiam ser detectadas.
A organização foi criticada de forma dura pelos autores do estudo de 2011, conduzido por pesquisadores da universidade alemã de Tuebingen e vazado para o Sunday Times e a ARD/WDR.
"O longo atraso da Iaaf em publicar o estudo, sem uma boa razão, é uma séria violação da liberdade de publicação", disse um comunicado dos pesquisadores.
O comunicado acrescentou que a organização não havia encomendado a pesquisa, mas que usara a sua influência para abafar as conclusões.
Reagindo às últimas acusações por um comunicado, a Iaaf afirmou "nunca ter vetado" a publicação do levantamento e que entendia que o estudo havia sido rejeitado duas vezes por um jornal científico.
A organização também questionou a validade da pesquisa.
(Reportagem de Tony Jimenez e Martyn Herman) OLBRSPORT Reuters Brazil Online Report Sports News 20150816T140107+0000