Por Borja Suarez
TENERIFE (Reuters) - "É absolutamente terrível", diz Lara Pennington, de 45 anos, uma das mais de 700 pessoas que passavam o segundo dia de confinamento em um hotel quatro estrelas em Tenerife nesta quarta-feira, depois de quatro casos de coronavírus terem sido detectados entre um grupo de italianos.
Vinda de Manchester, no noroeste da Inglaterra, de férias com seus dois filhos pequenos e seus sogros idosos, ela mal dormiu, preocupada com o contágio depois que italianos foram encaminhados ao hospital.
Da ilha espanhola, por telefone, ela disse à Reuters que a família estava se mantendo em seus quartos, ainda que as autoridades tenham abrandado as regras nesta quarta-feira, permitindo que pessoas que não apresentassem nenhum sintoma da doença frequentassem a piscina e outras áreas comuns.
"É muito assustador, porque todo mundo está fora, na piscina, espalhando o vírus --eu não irei ao restaurante e tive que ligar e pedir que eles tragam comida para o quarto, agora que o restaurante reabriu", disse Pennington.
Assim como outros hóspedes ouvidos pela Reuters por telefone, ela reclamou da falta de informações.
Em um comunicado, o hotel informou que estava cooperando com as autoridades, mas não respondeu a perguntas.
Os hóspedes irão permanecer no hotel por 14 dias, informaram as autoridades nesta quarta-feira, para evitar qualquer risco de propagação da doença --a experiência faz lembrar os turistas a bordo do cruzeiro "Diamond Princess", que passou duas semanas em quarentena próximo de Yokohama, nas proximidades de Tóquio.
Inicialmente, disse Christopher Betts, de Leicestershire, no centro da Inglaterra, ele e sua esposa passaram o tempo no quarto assistindo à TV ou navegando na internet, apesar do dia ensolarado. Nesta manhã, cafés da manhã foram trazidos para seus quartos.
"Estamos bem, mas muito entediados. Não podemos ir a lugar algum, apenas aos restaurantes para tomar chá ou café", disse Betts. "Tudo está muito quieto."