Por Mehreen Zahra-Malik e Jibran Ahmad
CHARSADDA, Paquistão/ISLAMABAD (Reuters) - Militantes armados invadiram uma universidade no volátil noroeste do Paquistão nesta quarta-feira, matando ao menos 19 pessoas e deixando dezenas de feridos, pouco mais de um ano após o massacre de 134 alunos de uma escola na mesma área, disseram autoridades.
Um alto comandante do Taliban paquistanês assumiu a responsabilidade pelo ataque na província de Khyber Pakhtunkhwa, mas depois um porta-voz oficial negou o envolvimento, chamando o ataque de "não-islâmico".
A violência, no entanto, mostra que os militantes mantêm a capacidade de atacar, apesar da retaliação antiterrorista em todo o país e uma campanha militar contra suas fortalezas ao longo da fronteira sem lei com o Afeganistão.
Um segurança disse que o número de mortos pode subir para mais de 40 na Universidade Bacha Khan, na cidade de Charsadda. O Exército informou que havia concluído as operações no campus seis horas após o ataque e que quatro suspeitos armados foram mortos.
Um porta-voz da equipe de resgate, Bilal Ahmad Faizi, disse que 19 corpos foram retirados do local, entre os quais de estudantes, guardas, policiais e pelo menos um professor. Segundo a mídia local, tratava-se do professor de química Syed Hamid Husain.
Imagens de televisão mostraram que muitos foram, aparentemente, executados com um tiro na cabeça.
Os militantes aproveitaram a pouca visibilidade da neblina para escalar os muros da universidade na manhã desta quarta-feira, antes de entrar nos prédios e abrir fogo contra os alunos e professores nas salas de aula e dormitórios, disse a polícia.
Estudantes disseram à mídia que viram vários jovens invadindo o alojamento universitário, onde muitos estudantes estavam dormindo no momento, carregando metralhadoras AK-47.
Umar Mansoor, um comandante do Taliban paquistanês envolvido no ataque à escola do Exército em Peshawar em dezembro 2014, reivindicou a responsabilidade pelo ataque de Charsadda e disse que envolveu quatro de seus homens.
Mansoor disse à Reuters por telefone que atacou a universidade porque era uma instituição governamental que apoiou o exército.
No entanto, no final do dia, o porta-voz oficial do talibã, Muhammad Khorasani, emitiu uma nota desassociando os militantes do ataque.