SANAA (Reuters) - Aviões de guerra de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita atacaram uma casa localizada no norte da capital do Iêmen onde pessoas ofereciam condolências após a morte de uma mulher, disseram moradores, matando nove mulheres e uma criança e ferindo dezenas.
O ataque aéreo atingiu a casa de um líder tribal local do distrito de Arhab, ao norte de Sanaa, na noite de quarta-feira, disse um morador à Reuters.
Não foi possível contatar de imediato o porta-voz da coalizão encabeçada pelos sauditas que combate no país para se obter comentários.
"As pessoas ouviram o som dos aviões e começaram a correr da casa, mas as bombas atingiram a casa diretamente. O teto desabou. Havia sangue para todo lado", disse Ashira, que mora no vilarejo, a um cinegrafista da Reuters nesta quinta-feira.
Fotos publicadas pela mídia local mostraram membros de tribos revirando os escombros de uma casa destruída, supostamente pertencente a Mohammed al-Nakaya, um líder tribal aliado ao movimento houthi iemenita.
Outra foto mostrava um homem ajoelhado na poeira com o corpo de uma idosa nos braços.
Não foi possível verificar de imediato a autenticidade das imagens.
Em outubro a aliança de maioria de Estados do Golfo Pérsico foi muito criticada por ter realizado um ataque aéreo durante um enterro em Sanaa que matou 140 pessoas, segundo uma estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU).
O saldo de mortes daquele bombardeio foi um dos maiores de incidentes isolados desde que a aliança comandada por Riad iniciou operações militares em março de 2015 para tentar devolver o poder ao presidente iemenita, Abd-Rabbu Mansour Hadi, expulso pelos houthis alinhados ao Irã.
À época, a Casa Branca disse que poderia estudar a interrupção de seu apoio à campanha militar liderada pelos sauditas, que vem proporcionando cobertura aérea às forças de Hadi em uma guerra civil que já matou mais de 10 mil pessoas e deslocou milhões.
A coalizão, que diz não visar alvos civis, culpou o ataque ao enterro em outubro a informações incorretas que afirma ter recebido dos militares do Iêmen, segundo as quais líderes houthis armados estavam na área.
(Por Mohammed Ghobari)