Por Guy Faulconbridge
MOSCOU (Reuters) - Um casal russo foi morto e sua filha de 14 anos ficou ferida nesta segunda-feira no que Moscou disse ter sido um ataque ucraniano enquanto atravessavam a ponte da Crimeia à noite para o que esperavam ser férias em família na costa do Mar Negro da Crimeia.
Não ficou imediatamente claro como a ponte, um dos projetos de prestígio do presidente russo, Vladimir Putin, foi atacada, mas um vídeo postado nas redes sociais mostrou o carro da família destruído, com corpos ensanguentados.
Enquanto outros motoristas tentam ajudar, uma menina foi ouvida chorando.
O sangue escorre da porta para uma poça na estrada e um dos outros motoristas implora à garota para ficar calma.
A menina foi identificada como Angelina, de 14 anos. Seus pais, Alexei e Nataliya, morreram.
"A menina foi ferida", disse Vyacheslav Gladkov, governador da região de Belgorod, no aplicativo de mensagens Telegram. "O mais difícil é que os pais dela morreram - pai e mãe."
"Nenhuma palavra pode aliviar a dor da perda aqui", afirmou ele. O carro em que eles viajavam era da região de Belgorod, uma das regiões fronteiriças russas que viu o conflito na vizinha Ucrânia se espalhar pela fronteira.
O Comitê Investigativo da Rússia disse que Kiev estava por trás do ataque e abriu uma ação de terrorismo.
Os militares da Ucrânia sugeriram que a Rússia foi a responsável, mas a mídia ucraniana informou que os serviços de segurança ucranianos usaram drones subaquáticos para atacar a ponte, que só recentemente voltou à operação total depois de sofrer graves danos em um ataque semelhante em outubro passado.
"Dois civis foram mortos - um homem e uma mulher dirigindo um carro na ponte. A filha deles, menor de idade, ficou ferida", disse o Comitê.
A menina sofreu ferimentos na cabeça e no peito, mas estava consciente e respirando de forma independente e sua vida não estava em perigo, de acordo com o quartel-general local de emergência, que disse que psicólogos estavam disponíveis.
A mídia russa afirmou que a família estava a caminho de férias na Crimeia, que a Rússia tomou e anexou unilateralmente da Ucrânia em 2014.
As sanções ocidentais impostas por causa da guerra na Ucrânia tornaram muito mais difícil e caro para os russos viajarem para Europa, limitando suas opções de férias de verão.
(Reportagem de Guy Faulconbridge em Moscou e Lidia Kelly em Melbourne)