Por Denis Dumo
JUBA (Reuters) - Uma milícia tribal matou ao menos 43 pessoas em Jonglei, Estado central do Sudão do Sul, disseram autoridades locais nesta quarta-feira, parte de um ciclo de assassinatos por retaliação que o poder local tem sido incapaz de deter.
Agressores do grupo étnico murle mataram 20 homens, 22 mulheres e uma criança e feriram outras 19 pessoas no pequeno vilarejo de Duk Payel na terça-feira, disse o ministro da Informação de Jonglei, Jocab Akech Deng.
As mortes são o capítulo mais recente de uma série de retaliações, roubos de gado e sequestros de crianças entre os murle e os dinka bor, outro grupo étnico.
Rico em petróleo, o Sudão do Sul mergulhou em uma guerra civil em 2013 e está assolado por rivalidades entre rebeldes, militares e milícias. Mais de um terço dos 12 milhões de habitantes do país fugiu de casa.
Kudumoch Nyakurono, o ministro da Informação do Estado vizinho de Boma, disse que seu governo está tentando descobrir os culpados.
"Há alguns vilarejos que já foram atacados por alguns jovens murle em Pibor", disse Nyakurono.
"O governo do Estado de Boma condenou este ataque, e enviamos comissários e representantes daqui para irem descobrir qual vilarejo organizou este ataque para que possamos levá-los à Justiça".
A Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (Minuss) também disse à Reuters nesta quarta-feira que está enviando uma patrulha de pacificação e monitores de direitos humanos á área.
"A Minuss deplora quaisquer incidentes nos quais civis inocentes são mortos. A missão continuará a apoiar os esforços de reconciliação entre as comunidades no local para amenizar as tensões e encerrar o ciclo de vingança", disse o porta-voz Daniel Dickinson.