Por Bozorgmehr Sharafedin
LONDRES (Reuters) - Homens armados e suicidas atacaram o Parlamento do Irã e o mausoléu do aiatolá Khomeini em Teerã na manhã desta quarta-feira, matando ao menos 12 pessoas, em um ataque duplo no coração da República Islâmica, disseram autoridades iranianas e a mídia local.
O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade e divulgou um vídeo que supostamente mostra os atiradores dentro do edifício do Parlamento e um homem, que parece ferido, no chão.
Os ataques raros no Irã foram os primeiros reivindicados pelo grupo sunita radical no país xiita. O Irã é uma das potências que lideram a luta contra os militantes do Estado Islâmico no vizinho Iraque e também na Síria.
Agressores vestidos como mulheres irromperam pela entrada principal do Parlamento, localizado no centro de Teerã, disse o vice-ministro do Interior, Mohammad Hossein Zolfaghari, de acordo com a agência de notícias semi-oficial Tasnim.
"Um deles foi morto a tiros e outro detonou seu colete de explosivos", afirmou.
Cerca de cinco horas após os primeiros relatos, agências de notícias iranianas disseram que quatro pessoas que atacaram o Parlamento estavam mortas e que o incidente havia terminado.
Ao menos 12 pessoas foram mortas pelos agressores, disse o diretor do departamento de emergências do Irã, Pir-Hossein Kolivand, segundo a emissora estatal Irib.
"Eu estava dentro do Parlamento quando os tiros começaram. Todos ficaram chocados e assustados. Vi dois homens atirando a esmo", disse um jornalista presente ao local, que pediu para não ser identificado.
Pouco após o ataque ao Parlamento, outro homem-bomba detonou seu colete perto do santuário do reverenciado fundador da República Islâmica, o aiatolá Khomeini, alguns quilômetros ao sul da cidade, disse Zolfaghari, de acordo com a Tasnim.
Um segundo agressor foi morto a tiros, segundo ele.
O Ministério da Inteligência disse que forças de segurança prenderam outra "equipe terrorista" que planejava um terceiro ataque, sem dar maiores detalhes.
Os atentados ocorreram menos de um mês após a reeleição do presidente iraniano, Hassan Rouhani, um moderado cuja vitória folgada eliminou candidatos apoiados pelo clero linha-dura e pela Guarda Revolucionária, que é responsável pela segurança nacional.
O Ministério da Inteligência pediu que as pessoas se mantenham vigilantes e alertem qualquer movimentação suspeita. Apesar de relatos sem confirmação sobre uma tomada de reféns, a televisão estatal disse que o Parlamento retomou os trabalhos, e a transmissão de imagens do que disse ser a sessão de abertura ocorreu normalmente.
(Reportagem adicional de Parisa Hafezi)