ÁDEN (Reuters) - Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita lançou ataques aéreos na capital do Iêmen, Sanaa, disse a mídia local, dando apoio ao ex-presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, após ele ter sinalizado que estava deixando de apoiar os Houthis, alinhados ao Irã - uma mudança que poderia abrir caminho para o fim de três anos de guerra.
Em um discurso no sábado, Saleh pareceu indicar o fim da aliança de seus apoiadores com os combatentes Houthi. Ele disse que estava pronto para virar uma "nova página" nos laços com a coalizão liderada pelos sauditas lutando contra os Houthis, se interrompesse os ataques aos cidadãos iemenitas e levantasse um cerco.
No entanto, no domingo, os moradores disseram que um ataque aéreo da coalizão durante a noite matou 12 civis iemenitas de uma mesma família na província de Saada, lar dos Houthis.
O ataque não pôde ser verificado.
A televisão saudita al-Arabiya disse no domingo que aeronaves da coalizão abateram postos avançados dos Houthi na região sul de Sanaa durante a noite, mas não deu detalhes específicos sobre mortes.
Separadamente, os Houthis, que junto com os apoiadores de Saleh controlam a maior parte da região norte do Iêmen, disseram que haviam disparado um míssil de cruzeiro em direção a uma usina nuclear que está em construção nos Emirados Árabes Unidos, um relato rapidamente negado pelos Emirados.
O anúncio de Saleh no sábado foi bem recebido pela coalizão liderada pelos sauditas, que foi apoiada pelos Estados Unidos e outras potências ocidentais.
A coalizão, que inclui os Emirados Árabes Unidos, está tentando ajudar o internacionalmente reconhecido presidente do Iêmen, Abd-Rabbu Mansour Hadi a voltar ao poder, mas tem lutado para avançar contra as forças Houthi-Saleh. Uma divisão entre os aliados armados de Saleh e os Houthis pode ajudar a equilibrar o poder.
Unidades do Exército leais a Saleh têm entrado em confronto com os combatentes Houthi nos últimos cinco dias, acrescentando uma nova camada a uma situação que já é complexa no Iêmen.
O ministro das Relações Exteriores, Anwar Gargash, pareceu apoiar o lado de Saleh em observações feitas em seu perfil oficial no Twitter.
"Os eventos em Sanaa são obscuros, mas sua revolta nacional precisa de apoio ... para proteger a Península Arábica da expansão do Irã", disse ele.
Residentes em Sanaa informaram no domingo que o Houthis parecem estar retomando alguns territórios perdidos para Saleh nos últimos quatro dias, e os tanques Houthi foram colocados em meio a fortes batalhas armadas no distrito político no centro da cidade.
A área é uma fortaleza dos apoiadores de Saleh sob o comando de seu sobrinho Tareq, um influente general do exército.
A luta cortou a estrada do aeroporto, levando as Nações Unidas a tentar evacuar pelo menos 140 trabalhadores humanitários de Sanaa, de acordo com a ONU e outros funcionários de ajuda humanitária. A ONU estava aguardando aprovação da coalizão saudita, disseram eles.