AMÃ (Reuters) - Pelo menos 50 corpos foram resgatados de escombros depois que mísseis do Exército sírio atingiram áreas residenciais em uma área controlada por rebeldes a nordeste de Damasco neste sábado, disseram trabalhadores que atuaram no resgate.
Segundo eles, mais corpos podem estar sob os escombros dos prédios ocupados por dezenas de famílias na cidade de Douma, 15 km a nordeste de Damasco, com dezenas de vítimas também levadas aos hospitais, muitas delas seriamente feridas.
Os responsáveis pelo resgate disseram que 20 corpos puderam ser identificados. As outras 32 vítimas permanecem não identificadas, e o número pode aumentar já que trabalhadores da defesa civil reforçaram as buscas em meio aos escombros dos quatro prédios de muitos andares que foram atingidos diretamente.
"Ainda existem famílias sob os escombros. Nós ainda não conseguimos chegar até elas, porque como vocês sabem o processo de remoção de escombros deve ser realizado com extrema cautela", disse Majd, um membro da defesa civil síria, grupo que opera nas áreas controladas por rebeldes.
O caso acontece uma semana após um ataque aéreo em uma movimentada área comercial na mesma região que matou pelo menos 100 pessoas.
O ataque do domingo passado em Douma foi um dos mais sangrentos desta guerra civil que já se arrasta há quatro anos, e que matou cerca de 250 mil pessoas, além de desalojar outras 10 milhões. O conflito aumentou a partir dos protestos contra o presidente Bashar al-Assad em 2011, combatidos com força pelo governo.
O Observatório dos Direitos Humanos afirma que as áreas densamente povoadas, onde ao menos 250 mil civis moravam, foram atingidas por mísseis terrestres no sábado, e depois por bombardeios aéreos.
Uma comissão da Organização das Nações Unidas que investiga a guerra civil síria já chegou a acusar o governo de uso indiscriminado de bombardeamentos aéreos, incluindo aí o uso de bombas de barril.
O Exército sírio nega que esteja mirando em áreas civis e afirmou que alveja esconderijos de insurgentes armados que desejam destituir Assad.
(Por Naline Malla em Beirute e Suleiman Al-Khalidi em Amã)