Por Humeyra Pamuk e Daren Butler
ISTAMBUL (Reuters) - O atirador que matou 39 pessoas em uma boate de Istambul na noite do Ano Novo, em um ataque reivindicado pelo Estado Islâmico, parece ser conhecedor de táticas de guerrilha e pode ter treinado na Síria, relataram um jornal e uma fonte de segurança nesta terça-feira.
O agressor, que permanece foragido, matou um policial e um civil na entrada da boate Reina no domingo, e então abriu fogo com um fuzil automático dentro do local, recarregando sua arma meia dúzia de vezes e disparando contra os feridos no chão.
Em um comunicado para reivindicar o ataque na segunda-feira, o Estado Islâmico descreveu a boate como um ponto de reunião para cristãos que celebram seu “feriado apóstata”, e disseram que o atentado foi uma vingança pelo envolvimento militar turco na Síria.
“O agressor possui certamente experiência de combate... ele pode ter lutado na Síria durante anos”, disse uma fonte de segurança à Reuters, acrescentando que as ações do atirador provavelmente foram orientadas pelo grupo jihadista.
O jornal Haberturk disse que investigações policiais revelaram que o agressor entrou na Turquia vindo da Síria e foi para a cidade de Konya, centro do país, em novembro, viajando com a esposa e dois filhos para não chamar atenção.
A rede CNN na Turquia disse que se acredita que ele seja do Quirguistão. Serviços de segurança do Quirguistão disseram estar em contato com autoridades turcas e checando os relatos, sem fornecer mais detalhes.
Autoridades turcas não comentaram sobre os detalhes da investigação. Mas o porta-voz do governo Numan Kurtulmus disse, na segunda-feira, que as autoridades estava próximas de identificar plenamente o homem, após coleta de impressões digitais e informações sobre sua aparência. Também foi informado que oito pessoas haviam sido detidas.
Um vídeo do suposto agressor, gravado por ele mesmo, aparentemente caminhando pela Taksim Square (NYSE:SQ), em Istambul, foi transmitido por canais de notícia turcos nesta terça-feira, à medida que a polícia tentava rastrea-lo.
Kurtulmus não comentou sobre a reivindicação de responsabilidade do Estado Islâmico na segunda-feira, mas disse estar claro que as operações militares da Turquia na Síria haviam incomodado grupos terroristas e as pessoas por trás deles.
A Turquia, membro da aliança militar Otan, é parte de uma coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico e, desde agosto, tem conduzido operações militares dentro da Síria para expulsar os militantes radicais sunitas, assim como combatentes milicianos curdos, para longe de suas fronteiras.
O Estado Islâmico tem sido culpado por pelo menos meia dúzia de ataques contra alvos civis na Turquia nos últimos 18 meses.