Por Ali Abdelaty
CAIRO (Reuters) - Atiradores atacaram forças da segurança nesta terça-feira próximo ao Mosteiro de Santa Catarina, no sul do Sinai, no Egito, matando ao menos um policial e ferindo quatro outros, informou o Ministério da Saúde, uma semana após dois ataques a bomba matarem 45 pessoas.
O Estado Islâmico reivindicou responsabilidade pelo ataque contra um ponto de verificação policial a centenas de metros da entrada do mosteiro, um dos mais importantes locais cristãos do mundo.
O ataque acontece somente 10 dias antes de o papa Francisco visitar o Egito e uma semana após dois ataques suicidas a bomba contra igrejas cristãs, também reivindicados pelo Estado Islâmico, deixarem o país de luto e marcarem um dos dias mais sangrentos em décadas para a minoria cristã do país.
O Mosteiro de Santa Catarina, fundado no século 6 e localizado aos pés do Monte Sinai, é um dos mosteiros cristãos mais antigos do mundo e um patrimônio mundial da Unesco. O mosteiro é parte da igreja ortodoxa oriental.
A minoria egípcia cristã, cerca de 10 por cento dos 92 milhões de habitantes do país, tem sido cada vez mais alvo de militantes islâmicos, com três ataques mortais contra igrejas no período de quatro meses.
Em fevereiro, diversas famílias cristãs e estudantes deixaram a província de Sinai do Norte após um grande número de assassinatos contra a minoria.
Um ataque de sucesso contra Santa Catarina seria o desafio mais recente ao presidente Abdel Fattah al-Sisi, que prometeu proteger a minoria religiosa como parte de sua campanha contra o extremismo.
O Egito luta há anos contra uma insurgência islâmica no robusto e pouco povoado norte do Sinai, que ganhou ritmo após militares derrubarem o presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, em 2013, depois de protestos em massa contra seu governo.
Ataques no sul do Sinai, destino popular para turistas, são raros.
Israel adotou o passo incomum anteriormente neste mês de impedir que cidadãos cruzem para a península do Sinai, dizendo que a ameaça de ataques na área inspirados pelo Estado Islâmico e outros grupos jihadistas é alta.
(Reportagem adicional de Ahmed Mohamed Hassan)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447765)) REUTERS TR