Por Idrees Ali
WASHINGTON (Reuters) - A atividade da Coreia do Norte com armas nucleares e mísseis não condiz com sua promessa de desnuclearização, disse o comandante das forças dos Estados Unidos na Coreia do Sul nesta quarta-feira.
No mês passado, uma reunião de cúpula entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, em Hanoi, acabou mal ante a exigência norte-americana de que a Coreia do Norte se desfaça de suas armas nucleares, vistas como uma ameaça pelos EUA, e a exigência norte-coreana de que sejam amplamente retiradas as sanções internacionais contra o país devido a seus testes nucleares e balísticos.
“A atividade deles que nós temos observado é inconsistente com a desnuclearização”, disse Robert Abrams, general do Exército dos EUA, durante uma audiência do Comitê de Serviços Armados da Câmara dos Deputados norte-americana, sem dar mais detalhes.
Ele havia sido indagado se os EUA percebem alguma mudança na produção de armas, materiais e mísseis nucleares pela Coreia do Norte.
Abrams disse que por enquanto possui recursos de inteligência e vigilância suficientes para lidar com a situação atual, mas esse pode não ser o caso se as relações se deteriorarem na península coreana.
“Se eles mudarem para pior, então nossa condição e nossa postura não é adequada para nos prover com um olhar contínuo capaz de nos dar indicadores e alertas precoces”, disse ele.
Em uma outra audiência nesta quarta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, reconheceu que a Coreia do Norte ainda não deu o tipo de “grande passo” para a desnuclearização que o governo norte-americano esperava ao conduzir negociações com Kim.
“Estou esperançoso que possamos abordar e negociar com eles”, disse ele.
Não há indicações de que tenha havido contatos diretos entre Washington e Pyongyang desde o fracasso da cúpula, embora Trump tenha exaltado sua boa relação pessoal com Kim.