MOSCOU (Reuters) - O proeminente ativista anti-Kremlin Pyotr Verzilov está internado em estado grave, disse na quarta-feira o grupo de protesto Pussy Riot com quem ele colaborou, sugerindo que ele pode ter sido envenenado.
Verzilov, de 30 anos, invadiu um campo de futebol durante a final da Copa do Mundo da Rússia em julho, junto com três mulheres ligadas à banda punk Pussy Riot, e é o editor do Mediazona, site de notícias russo que se concentra em violações de direitos humanos dentro do sistema penal do país.
"Nosso amigo, irmão, camarada Petr Verzilov está em reanimação. Sua vida corre risco. Achamos que ele foi envenenado", disse o Pussy Riot em sua conta oficial no Twitter (NYSE:TWTR).
Sergei Smirnov, editor-chefe do Mediazona, adotou um tom mais cauteloso, confirmando nas redes sociais que Verzilov está internado, mas dizendo que ninguém sabe seu diagnóstico, o que torna difícil entender o que está acontecendo.
O portal de notícias Meduza citou Veronika Nikulshina, que identificou como namorada de Verzilov, descrevendo como o ativista foi levado às pressas a um hospital na noite de terça-feira depois de começar a perder a visão e a capacidade de andar e falar.
Verzilov e as outras ativistas passaram 15 dias presos por invadirem o campo na presença do presidente russo, Vladimir Putin, e de outras autoridades de alto escalão vestindo uniformes policiais durante a final da Copa do Mundo no dia 15 de julho, em um ato que disseram ter como objetivo defender a liberdade de expressão.
A banda Pussy Riot ganhou fama em 2012, quando suas integrantes foram presas por fazerem um protesto contra Putin em uma catedral ortodoxa de Moscou. Desde então o grupo se tornou um símbolo de ações de protesto anti-Kremlin.
(Reportagem de Andrew Osborn)