Por Stephanie Nebehay e John Irish
GENEBRA (Reuters) - Ativistas sírios pediram neste domingo para que o governo do presidente Bashar al-Assad se engaje em conversas sérias sobre transição política e que a Organização das Nações Unidas fortaleça o frágil acordo de cessar-fogo, à medida que a violência se alastra por partes do país.
O mediador da ONU Staffan de Mistura disse que um ataque militante no sábado em Homs foi uma tentativa deliberada de prejudicar as conversas de paz em Genebra, enquanto lados oponentes culparam uns aos outros e não aparentam estar mais próximos de negociações reais.
"Nossas esperanças não são grandes, dados os incidentes em solo e as contínuas violações do cessar-fogo por forças do regime e seus apoiadores", disse Mutasem Alysoufi, da campanha "O Dia Após a Síria", que apoia transição democrática, à Reuters em Genebra.
Aviões de guerra bombardearam áreas tomadas por rebeldes em torno de diversas cidades sírias neste domingo, incluindo no distrito de al-Waer, em Homs, e em cidades ao redor de Damasco, informou o Observatório Sírio para Direitos Humanos, grupo sediado no Reino Unido que monitora a guerra.
Uma pessoa foi morta em Douma, subúrbio de Damasco, e três em al-Waer, segundo o Observatório, enquanto tiros e foguetes foram lançados contra distritos insurgentes nas províncias de Deraa e Idlib. Rebeldes atiraram diversas vezes contra um subúrbio da parte de Aleppo tomada pelo governo.
Sob a resolução 2254 do Conselho de Segurança, Mistura deve desenvolver um plano para monitorar o cessar-fogo e sancionar quem viole o acordo, disse Alysoufi. "Este é o dever da ONU", acrescentou.
Sobre a delegação do governo liderada pelo embaixador sírio Bashar Ja’afari, Alysoufi disse: "Acreditamos que eles não estão sérios sobre se engajar em uma discussão política séria, pelo contrário, estão aqui para ganhar mais tempo e continuar sua estratégia militar em solo".
(Por Angus McDowall, em Beirute)