Por Rich McKay e Nathan Layne
(Reuters) - Um procurador do Estado norte-americano da Geórgia deve anunciar ainda nesta quarta-feira se um ex-policial de Atlanta será alvo de alguma acusação por ter matado Rayshard Brooks a tiros em um estacionamento da lanchonete Wendy's na semana passada.
Paul Howard, procurador do condado de Fulton, disse que, se acusar o ex-policial Garrett Rolfe, será por homicídio ou infração de homicídio, já que acredita que Brooks não representava uma ameaça e que baleá-lo foi um aplicação insensata do uso da força.
O caso se inseriu no debate nacional sobre o uso da força por parte da polícia e sobre a justiça racial para os afro-norte-americanos, que começou após a morte de George Floyd, detido por um policial branco de Mineápolis no dia 25 de maio.
Além das acusações de homicídio, Howard deu a entender que homicídio culposo é outra possibilidade.
Alguns dos fatos não parecem estar em questão. Brooks, de 27 anos, estava supostamente adormecido no carro na faixa de drive-thru do restaurante na sexta-feira, impedindo o tráfego. Um funcionário do restaurante ligou para a polícia, dizendo que um homem não estava avançando com o veículo e que parecia intoxicado. A gravação da conversa foi analisada pela Reuters.
Após uma interação com Rolfe e um segundo policial no local, Devin Brosnan, Brooks se atracou com um deles e fugiu com uma de suas armas de choque, como visto em vídeos de segurança e da polícia.
Uma autópsia realizada no domingo mostrou que Brooks morreu devido à perda de sangue e aos ferimentos internos causados por duas feridas de tiros nas costas, e o escritório do legista registrou a morte como um homicídio.
Diversas manifestações se seguiram, e o restaurante foi destruído por um incêndio durante um protesto no final de semana.
Rolfe foi demitido da polícia no domingo, e Brosnan foi transferido para funções administrativas.
(Por Nathan Layne, em Wilton, Connecticut; e Rich McKay, em Atlanta)