Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - Yalitza Aparicio foi indicada a um Oscar interpretando uma empregada doméstica em "Roma", e agora está usando a fama para defender os direitos dos trabalhadores domésticos e das mulheres indígenas de todo o mundo.
A atriz mexicana foi aplaudida de pé ao participar de um debate do Dia Internacional da Mulher em Genebra sobre a situação das mulheres que recebem em média 20 por cento menos do que os homens por trabalhos equivalentes em todo o globo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"Minha mãe é empregada doméstica, conheço muitas empregadas domésticas, então realmente tinha noção de como esse trabalho forma, como essa pessoa participa da família", disse Yalitza à plateia.
No filme da Netflix ela vive Cleo, uma empregada que luta com seus próprios problemas enquanto cuida de uma família de classe média abandonada pelo pai. O título recebeu o Leão de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Veneza, dois Oscars e o prêmio de melhor filme da Academia Britânica (Bafta).
Hoje com 25 anos, Yalitza, a primeira mulher indígena a ser indicada a um Oscar de melhor atriz, havia concluído o curso de pedagogia quando foi escalada para o filme autobiográfico do diretor Alfonso Cuarón, batizado com o nome do bairro da Cidade do México em que cresceu.
"Minha paixão sempre foi educar as pessoas, ensiná-las", contou.
A OIT diz que existem ao menos 67 milhões de empregados domésticos em todo o mundo, 80 por cento deles mulheres. 2019-03-08T220922Z_1_LYNXMPEF271SA_RTROPTP_1_GERAL-MULHERES-ROMA-ATRIZ.JPG